Prefeitura de BH lança telefone para esclarecer dúvidas da população

Maurício de Souza

Jadir Veloso, gerente de uma loja, ainda aguarda por informações sobre a obra

O clima de incerteza ainda cerca os comerciantes instalados na Avenida Pedro I. A via, que liga a Avenida Antônio Carlos à região de Venda Nova, será alargada para a construção de uma via central exclusiva para ônibus, usada como corredor rápido de ônibus, cuja sigla em inglês é BRT. Cerca de 230 imóveis serão desapropriados nos próximos meses.

Nesta segunda-feira (21), a Prefeitura disponibilizou um número para que moradores e comerciantes esclareçam dúvidas sobre quem será removido e quem permanecerá. O telefone é o (31) 3443-6000. Segundo informações da prefeitura, além da linha direta, panfletos serão distribuídos para a população de toda a região a partir do fim desta semana. Ao todo, serão investidos R$ 180 milhões nas desapropriações às margens da via.

O custo médio de indenização por imóvel é de R$ 786 mil, valor a ser pago a quem mora ou tem estabelecimento comercial. O valor é um dos mais caros já pagos pela prefeitura da capital. A razão é que são imóveis grandes, como supermercados e concessionárias de veículos.

Para o gerente da loja de suprimentos para festas Comercial Embalar Itens, Jadir Veloso, falta informação, e o clima entre os vizinhos de comércio é de incerteza. “Tem muito boato sobre quem vai sair, sobre o valor de cada indenização. Mas de concreto, alguém da prefeitura chegar a e conversar, ainda não vimos. Só esperamos permanecer neste local”, afirmou.

Queda no faturamento preocupa lojistas

Outra preocupação do gerente é a queda no faturamento durante as obras. Jadir se preocupa com o acesso por carro ao local durante a implementação do corredor de BRT. “Se não puder parar carro aqui na porta, nosso faturamento pode cair até 80%. Ainda está faltando informação”, assegurou.

De acordo com a prefeitura, o valor total da obra é de R$ 355 milhões. Os outros R$ 175 milhões, usados nas adequações viárias e construção das cabines e passarelas, virão do Governo Federal, via Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O processo de desapropriação na avenida está previsto para começar até o fim de fevereiro. Os valores dos terrenos serão aferidos de acordo com pesquisas de mercado.  Já nas edificações, serão observados os critérios de área construída, padrão da construção, tipo de acabamento, idade do imóvel, estado de conservação.
Pelos 3,5 quilômetros da Avenida Pedro I passam 45 mil veículos por dia e a maior concentração é notada no horário de pico, no fim da tarde e início da noite, no sentido Centro-bairro, quando 1.440 veículos trafegam pela via.