Uma visão sustentável sobre a construção civil

Uma visão sustentável sobre a construção civil

 


Profissionais do setor avaliam as melhores soluções para aplicar o conceito da sustentabilidade nos empreendimentos
Fonte: Redimob.
Por: Redação Redimob.
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010 11:26

A construção civil atualmente está colhendo bons frutos no país. A expansão do setor é nítida e espera-se que essa crescente tão cedo não seja interrompida. Junto com a grande demanda, o conceito da construção sustentável também vai ocupando um espaço maior. Atualmente, é impossível falar de construção civil sem se preocupar com o que está sendo feito para solucionar os principais problemas ambientais, sem ter que renunciar as tecnologias que atendam às necessidades de seus usuários.Segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Estudos Imobiliários (IBEI), Paulo Viana Cunha, o desafio vai muito além de inventar e reinventar novas técnicas. “A dificuldade também está na difusão dessas novas alternativas, de modo que se tornem conhecidas e passem a ser adotadas por um número cada vez maior de construtores. E a superação deste desafio passa pela valorização do conhecimento, por criação de formas de promover estudos e difundir o conhecimento gerado,” ressalta.Sustentabilidade x bolso do clienteEm todo o mundo, já estão ocorrendo movimentos de valorização das construções sustentáveis, fazendo com que o público consumidor, conheça essas vantagens e opte por construções que adotem este conceito. “Infelizmente ainda há a barreira dos custos, algumas vezes maiores que os das construções tradicionais, e isso ainda é limitador para a maioria das pessoas. Porém, acredito que muitas destas soluções, em breve, serão incorporadas pelas legislações urbanísticas, o que vai proporcionar a redução da pressão sobre os recursos naturais e resultar em benefícios não só para o homem, mas para todas as formas de vida da terra,” comenta Cunha.Atingir todos os públicos na construção sustentável ainda continuará sendo um desafio e vai depender da visão de cada empresa para melhor superar esse obstáculo, na visão do Sócio Diretor da Konkreta Construtora, e Incorporadora, Kim Mendes. “O público classe A pode avaliar como diferencias e ter condições de pagar 5 ou 10% a mais em virtude disso, mas o público C e D não tem condição para isso. Para as construtoras voltadas a esse público, os investimentos nas questões da sustentabilidade tem que ser encaradas como seu dever de casa. Sua responsabilidade é que sairá de uma parcela dos seus lucros, pois não dá para repassar os custos aos clientes,” finaliza.Aplicando o conceito na práticaQue os projetos sustentáveis são cada vez mais importantes para a preservação do planeta, isso não há dúvida. Mas os empecilhos existentes para promover uma construção sustentável não impedem que esta seja realizada. E para isso é necessário que cada empresa faça a sua parte, promovendo ações e conscientização entre os funcionários. “Pretendemos implantar um sistema de fossa que trate melhor a água nos próximos empreendimentos, instruímos a mão- de -obra a separar os restos de materiais para retirada adequada do terreno, instruímos a não colocar foco nas sobras, algo que infelizmente era freqüente. É um trabalho difícil para nós que estamos agora fechando o primeiro ano da empresa, mas que estará ainda mais em prioridade para 2011,” explica.Se até agora o conceito tomou espaço, para o próximo ano, não será diferente. A sustentabilidade realmente veio para ficar. “Entendo a sustentabilidade como a preocupação com o todo, com o cuidado de orientar e qualificar a sua mão de obra e seus funcionários e também a questão ambiental. Tenho certeza de que muitas empresas da construção civil levam o tema a sério e trabalham nesses três fatores, mas somos um país onde o governo é uma peça muito importante e seria mais fácil se ele incentivasse essas empresas e não apenas obrigasse,” argumenta Mendes.