Desapropiação para obras de duplicação preocupa lojistas e donos de imóveis

Desapropiação para obras de duplicação preocupa lojistas e donos de imóveis

 

 
Flávia Ayer - Estado de Minas

Publicação: 04/10/2010 07:37 Atualização: 04/10/2010 07:57

A duplicação da Avenida Dom Pedro I, marcada para começar em março vai obrigar empresários de todo o lado esquerdo (pista Bairro/Centro) a fechar as portas. O decreto para a desapropriação está publicado no Diário Oficial do Município (DOM). Audiências públicas foram feitas para explicar o projeto da duplicação e até uma comissão de moradores e comerciantes se formou para buscar informações sobre a obra. Mas até agora a sombra da incerteza ainda paira sobre os 240 imóveis da Avenida Dom Pedro I que darão lugar a novas pistas e viadutos.

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Confira as características dos corredores de transporte rápido por ônibus em BH Apesar da previsão da prefeitura de começar a obra em janeiro, inquilinos já abandonam os pontos, em busca de novo endereço. Há menos de dois anos, o empresário Daniel Alpino investiu R$ 70 mil para abrir franquia de uma loja de piscinas, em um local que considerou “um achado”, bem ao lado do Viaduto da Avenida Portugal. Em quatro meses, terá que abandonar tudo. “Fiquei sabendo que aqui será o canteiro de obras. Estamos correndo atrás de outro lugar”, afirma o inquilino, que pretende buscar a Justiça para reaver pelo menos parte do investimento.

A situação é ainda mais complicada para proprietários. Sem saber valores de indenização nem se a desapropriação será total ou parcial, eles aguardam posição do poder público. “Como vou sair construindo sem saber o valor da indenização? Não dá para fazer nenhum plano. Proprietários e inquilinos ficaram em quarto lugar em questão de informação”, critica o empresário Carlos Roberto Mirachi, proprietário de dois galpões na Pedro I, que começaram a ser adquiridos há 30 anos. Ele conta que o clima de incerteza só tem atrapalhado. “Os inquilinos estão saindo, não conseguimos alugar os imóveis para mais ninguém. Se a desapropriação for parcial, ainda ficaremos com o imóvel sem função durante a obra”, reclama.

BR... o quê?

Ciente de que a sigla do Transporte Rápido por Ônibus (BRT, de bus rapid transit, em inglês), principal projeto de mobilidade para a Copa do Mundo de 2014, é para lá de confusa, a Prefeitura de BH lançou campanha para os cidadãos batizarem o novo sistema de transporte coletivo da cidade. A intenção é abandonar estrangeirismos e adotar uma identificação bem brasileira. Os interessados em dar novo nome ao sistema podem enviar sugestões pelo site. Na página da internet, também é possível encontrar informações sobre o sistema, que conta com pistas exclusivas para ônibus, veículos articulados e pagamento antes do embarque, entre outras características. A campanha ficará no ar por tempo indeterminado.