Condomínio barato? Veja os cuidados para não gastar mais no futuro

Condomínio barato? Veja os cuidados para não gastar mais no futuro

 

 
r!Por: Fernanda de Moraes Bonadia
10/01/11 - 17h41
InfoMoney


SÃO PAULO – Adquirir a própria casa é um sonho que pessoas do mundo todo desejam conquistar. Porém, na ânsia de ter um lar, muitos consumidores levam em conta os baixos preços, como o condomínio mais barato, e esquecem de verificar se as manutenções são feitas regularmente.

"Um condomínio barato não necessariamneto é negativo, pois o síndico pode ter feito algumas manutenções preventivas de forma planejada", explica a gerente de produtos e parcerias da Lello Condomínios, Raquel Tomasini.

Todo edifício tem vida útil e precisa de reformas e melhorias regulares e, quando elas não são feitas ou são realizadas de forma irresponsável, os moradores vão gastar muito mais no futuro. "Os condomínios que não fazem a prevenção podem ser mais baratos agora, mas o problema pode se tornar muito maior e custar mais caro", alerta a engenheira.

A dica dela é que os consumidores verifiquem com o zelador se o prédio faz as manutenções regulares em bombas de recalque, interfone, portões, etc. Além disso, visualmente dá para perceber se o prédio é bem cuidado ou não.

Síndico, um homem de negócios
Raquel ainda dá algumas dicas para que o síndico não erre na hora de fazer alguma reforma. "A primeira orientação que damos é que se conheça efetivamente o problema. Apesar de o síndico não ser técnico especializado, é importante que ele busque um profissional para ajudá-lo", destaca.

Ela vê o aparecimento de uma nova figura de síndico, uma pessoa que cada vez mais traz a visão de negócio para o prédio. Por isso, muitos deles procuram fazer a prevenção, conciliando-a com gastos menores.

“Pessoal de prédio gosta de coisa barata”, pondera o diretor de condomínio da Aabic (Associação de Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo), Omar Anauate.

Por isso, ele também aconselha que a escolha por uma empresa que vai fazer a obra não seja baseada no baixo preço, mas que se faça muita pesquisa prévia, como conversar com outros síndicos e verificar obras realizadas pela firma, decidindo por aquela que atue com certo profissionalismo. “Uma empresa que topa qualquer negócio vai fazer qualquer negócio no seu prédio”, alerta Omar.

Retrofit e a valorização do seu apartamento
A engenheira Raquel explica que, dentro da área da construção, Retrofit se refere às reformas de modernização do edifício, bem como de segurança e para criar melhorias. "Desde mudar a parte elétrica, até reformas na fachada, em uma sala de ginástica e a troca de móveis para o hall", exemplifica.

Para a profissional, uma reforma é sempre algo positivo para o edifício e traz valorização para o imóvel. No caso de haver dois edifícios na mesma rua, com a mesma metragem dos apartamentos, mas um tiver a fachada reformada e o outro não, o primeiro será mais bem visto.

"Varia muito, mas o valor do imóvel pode chegar a uma variação de 15%. Um prédio bem cuidado é um atrativo para quem está comprando", afirma Raquel.

Diferentes obras
O Código Civil estabelece três tipos de obras que são feitas em edifícios, lembra Omar. São elas:

Obras necessárias: são aquelas, por exemplo, para combater infiltração, degradação e arrumar pastilhas que estão caindo. Para aprová-las, é necessário fazer uma assembleia e ter aprovação da maioria dos presentes.
Obras úteis: trazem benefício e valorizam o prédio, mas não têm urgência. São exemplos as churrasqueiras, jardim e reforma na entrada. É necessária a aprovação da maioria dos condôminos.
Obras voluptuosas: referem-se ao embelezamento e requinte, como troca de imóveis e decoração em geral. Para aprovação, são necessários dois terços dos moradores.
Obras que pesam no bolso
De acordo com Omar, as obras que mais pesam no orçamento do prédio são aquelas feitas na fachada dos edifícios e também as de impermeabilização, já que é necessário remover todo o piso do térreo e depois recolocar tudo.

Além disso, é importante fazer regulares manutenções nas instalações elétricas e hidráulicas. É responsabilidade do edifício, por exemplo, mexer nas colunas d´água que vão da caixa até o apartamento (enquanto que cada morador é responsável por sua unidade).

Outra obra que custa bem caro para o condomínio, é a troca de elevadores velhos por um sistema eletrônico. Já em relação às áreas de lazer, Omar aconselha que piscinas, salas de ginástica, parquinho para crianças, entre outros, recebam manutenção constante para não haver complicações.

Planejamento
Uma maneira de tentar reduzir os custos das reformas no edifício é fazer um fundo de obras fixo, pois, com dinheiro em caixa, é possível negociar o preço com a empresa e ainda não cobrar dinheiro a mais dos condôminos.

O problema, segundo Omar, é que às vezes a obra é muito grande e cara e o dinheiro do fundo, insuficiente. Por isso, alguns prédios fazem fundos temporários, para determinada obra.

De qualquer forma, Omar afirma que o importante é se planejar. Dessa forma, é possível negociar preços, pesquisar com calma as empresas do mercado e ratear dinheiro entre os moradores com antecedência, para amenizar os valores mensais