Desafios à construção civil Além da falta de terrenos, construtoras precisam lutar contra entraves legais e topográficos para dar conta da demanda

Desafios à construção civil Além da falta de terrenos, construtoras precisam lutar contra entraves legais e topográficos para dar conta da demanda

Desafios à construção civil Além da falta de terrenos, construtoras precisam lutar contra entraves legais e topográficos para dar conta da demanda
 

Júnia Leticia - Estado de Minas

 

Projetos de edificações esbarram em vários tipos de dificuldades, como terrenos com desníveis, qualidade do solo e localização (Eduardo Almeida/RA Studio)  
Projetos de edificações esbarram em vários tipos de dificuldades, como terrenos com desníveis, qualidade do solo e localização

Como se não bastasse a carência de terrenos que o mercado imobiliário tem que lidar, há uma série de outros entraves e aspectos a serem considerados. A importância da disposição da torre no empreendimento, os desafios topográficos que as construtoras devem superar para garantir uma boa ventilação, uma vista bonita (e permanente) e a própria funcionalidade dos prédios são alguns deles.

Engenheiro da RKM Engenharia, Rogério Noronha reconhece que há desafios naturais a serem superados para se conseguir alinhar o projeto às condições encontradas no terreno. “Um dos desafios que enfrentamos é o tipo de solo, que, em Belo Horizonte, varia desde os com muitas pedras – que precisam ser dinamitadas e aumentam o custo da construção e, muitas vezes, atrasam as obras –, a solos de terrenos instáveis, que necessitam de um maior investimento em fundações”, destaca.

Rogério Noronha diz, ainda, que Belo Horizonte é uma cidade com o relevo muito acidentado, que tem terrenos com desníveis acentuados, fazendo necessárias obras de contenção – muros de arrimos, gabiões, entre outras – para manter a estabilidade do terreno. “Por fim, há as chuvas, que impedem a execução de vários serviços na obra, tanto em áreas internas quanto externas”, completa o engenheiro.

Além dos desafios que são comuns em todas as grandes cidades, como localização e custo, a arquiteta da Construtora Atrium, Michella Vieira, destaca a topografia do terreno, a qualidade do solo – principalmente próximo às rodovias – e o alto nível do lençol freático em alguns pontos da cidade. “Sem contar a questão da iluminação, ventilação e bom aproveitamento do terreno de acordo com a legislação vigente”, acrescenta.

Diretor-financeiro da Prisbel, Luciano Muniz observa que iluminação e ventilação natural conferem mais valor e liquidez ao imóvel (Eduardo Almeida/RA Studio)  
Diretor-financeiro da Prisbel, Luciano Muniz observa que iluminação e ventilação natural conferem mais valor e liquidez ao imóvel
Michella diz que é importante considerar todos esses aspectos para que não haja surpresas no futuro, envolvendo o custo da obra, valor final de venda e satisfação do comprador. “Isso porque, ao investir em um imóvel, o consumidor procura por uma boa localização, vista bonita, ventilação e amplitude nos ambientes”, conta a arquiteta.

VIDA ÚTIL

O engenheiro Rogério Noronha chama a atenção, ainda, para a importância de se tomar precauções relativas à topografia do terreno a fim de se evitar imprevistos, como deslizamentos de terras. “É preciso considerar esses aspectos para manter a integridade estrutural dos prédios e aumentar a vida útil dos empreendimentos.”

No que diz respeito a aspectos que envolvem a elaboração do projeto em se tratando de conforto, o diretor-financeiro da Prisbel, Luciano Muniz, observa que, imóveis, nos quais fatores como iluminação e ventilação natural são considerados, têm maior liquidez e são mais valorizados. “Além disso, há uma preferência pelos apartamentos em que a incidência dos raios solares seja no período da manhã, que dá um conforto térmico.”